Esta discussão na verdade não contribui muito ao ambiente empresarial, mas é interessante discorrer sobre esse assunto antes de aprofundar-se no tema. Existe uma diferença, básica entre os termos planejamento e programação, pois o primeiro está ligado a um maior horizonte de tempo (médio e longo prazos) enquanto o segundo preocupa-se mais com o curto e médio prazos. O fato de o médio prazo estar em uma conjunção é porque estes períodos dependem da estrutura organizacional de cada empresa para o planejamento bem como pelo tipo de produto fabricado.
O planejamento diz respeito às tarefas mais abrangentes, principalmente no que se refere às capacidades de produção e a programação está intimamente ligada ao detalhamento deste planejamento. Se deslocamos esse conceito para a parte de cálculo das necessidades de materiais, fica mais difícil dizer que se está programando uma compra, em vez de se estar planejando uma compra, ainda que seja no curto prazo.
Deixando esta semântica de lado, o importante é mostrar uma visão abrangente do Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP), termo que será utilizado para distinguir as diferenças entre o planejamento e a programação.
Primeiramente é importante definir-se as atividades do PPCP e, posteriormente, tecer comentários e apresentar pontos relevantes para cada um deles.
O Quadro 1 explica os diversos níveis de planejamento para a área de produção (1).
Quadro 1 – Níveis de planejamento para área de produção
(*) Esta produção pode ser por lote econômico, lote máximo, mínimo, standard e não está ligada à concepção de produção por lote, comum da indústria farmacêutica. Apesar disso, o conceito de produção por lote na indústria farmacêutica está inserido neste contexto.
Aqui temos um pequeno resumo do conceito de cada uma das siglas do PPCP:
P – Planejamento da Produção: Atividades que determinam quais são as quantidades a serem produzidas, os volumes de materiais a serem empregados e os recursos necessários para a produção ao longo de um período que pode abranger meses ou anos;
P – Programação da Produção: Atividades que determinam quais as quantidades a serem produzidas, os volumes disponíveis de materiais a serem empregados e os recursos que serão utilizados para a produção ao longo de um período que pode abranger semanas ou dias;
C – Controle da Produção: Atividades que visam a coleta dos dados reais do processo produtivo com a finalidade de determinar desvios e possibilitar ações preventivas e/ou corretivas. Estes desvios podem ser utilizados para identificar possíveis problemas na produção para uma máquina, ordem de produção, lote ou ainda ser utilizado como um dado consolidado para identificar tendências.
Todas as atividades descritas são suportadas por diversos softwares disponíveis no mercado, sendo que a escolha depende de diversos fatores:
Tamanho da empresa – volume de produção, quantidade de produtos, semi-elaborados, número de filiais e faturamento;
Grau de complexidade do processo produtivo – número de etapas de produção e grau de necessidade de detalhamento, documentação e controle dos mesmos;
Investimento no software, hardware e infra-estrutura – aquisição de um sistema de gerenciamento industrial corretamente dimensionado, de computadores compatíveis com o sistema a ser adquirido e instalação de equipamentos periféricos, cabeamento e pontos de rede caso se opte por uma rede.
Aspectos relevantes como solidez do fornecedor de software com diversas instalações, grau de satisfação dos clientes, atualização e assistência permanentes do software e tempo de resposta em caso de solicitações para resolução de problemas devem ser considerados para a aquisição. Este aspecto também deve ser considerado para a infra-estrutura, embora a quantidade de empresas que efetuam este trabalho e a possibilidade de troca do fornecedor sejam menos críticas do que possuir software cuja empresa fornecedora não oferece suporte se necessário.
(CONTINUA....)
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