“A grande maioria das pessoas tenta fazer as coisas corretamente, dentre estas, boa parcela faz a coisa certa, mas poucas fazem o que tem que ser feito”.
Os conceitos-tema deste artigo são amplamente conhecidos e difundidos, porém, nem sempre compreendidos. Suas conceituações e usos, por vezes emprestam sentidos difusos quando não contraditórios no que tange ao léxico técnico que difere do vernacular. O esforço aqui será com o senso técnico dos vocábulos em questão.
Uso de clichês sobejamente utilizados:
a) eficiência = ‘fazer certo a ‘coisa’;
b) eficácia = ‘fazer a ‘coisa’ certa; fazer certo na primeira vez,
c) efetividade = ‘fazer a ‘coisa’ que tem que ser feita’;
Definições que emprestam um senso simplório aos conceitos, mas muito prático em função da mnemônica pela utilização de um termo repetido nas conceituações – a ‘coisa’ – como objeto da ação ou resultado dela.
Detalhamento das concepções:
- Eficiência = fazer certo a “coisa”, pois em se fazendo o contrário – fazer errado a ‘coisa’, estaremos provocando perdas de tempo e recursos (retrabalho, desperdício), contrariando os princípios da eficiência.
Um segundo clichê muito utilizado para definir eficiência é ‘fazer mais com menos‘, que traz embutido o senso de economia racional.
Também é a capacidade de atingir ou superar os padrões vigentes.
Sabemos da existência de padrões de eficiência que balizam as ações nos mais variados processos onde se almeje um rendimento aceitável, resultante da qualificação da força de trabalho, da racionalização do método e da otimização dos recursos medida pela relação entre quantidades produzidas (fins) sobre recursos empregados (meios), que indica o rendimento destes recursos (insumos, m-o) aplicados na prestação de serviços e disponibilização de produtos.
Em contrapartida, está a quebra da expectativa no que é esperado da habilidade com foco na produtividade e conformidade do produto ou serviço.
- Conceitos chaves: padronização e especialização.
- Propulsor: habilidade.
Como exemplo da falta de eficiência, citaremos a fabricação de uma geladeira que esteja muito acima dos padrões de custos praticados no mercado!
- Eficácia = ‘fazer a ‘coisa’ certa, pois em se fazendo o contrário estaria ‘fazendo a ‘coisa’ errada, a ‘coisa’ que não deveria ter sido feita, a ‘coisa’ fora de lugar e hora, a ‘coisa’ a ser empreendida de forma diferente, em outras palavras, deveríamos fazer outra ‘coisa’ que não esta.
Também é a capacidade de atender expectativas de alguém, um grupo ou organização. Sabemos também da existência de padrões de aceitação que balizam as ações nos mais variados processos onde se almeje a eficácia aceitável, resultante da relação entre metas alcançadas sobre metas pretendidas.
Na falta da eficácia estamos quebrando expectativas no que era desejado de uma atitude correta e pecando contra o nível de satisfação esperado na conformidade e metas do processo.
Exemplos: atender os requisitos, atingir metas, cumprir prazos, satisfazer o cliente. No exemplo dado acima sobre a geladeira, imaginem uma que consuma muita mais energia que as da concorrência.
- Conceitos chaves: qualidade e satisfação.
- Propulsor: atitude.
- Efetividade: “Difícil não é fazer o que é certo, é descobrir o que é certo fazer”. (Robert Henry Srour). Esta frase sintetiza o conceito de efetividade: fazer a ‘coisa’ que tem que ser feita, sendo dos três o conceito mais difícil de entender, pois é percebida somente por pesquisas de opinião sobre ações que causam efeitos, impacto, mudança ou transformação de uma realidade. São benefícios, efeitos ou impactos diretos ou indiretos do exercício do papel institucional de uma organização: (econômicos, sociais, ambientais e tecnológicos).
Também é a capacidade de atender expectativas de uma comunidade ou sociedade.
Ainda, no exemplo da geladeira, a fabricação da mesma com funcionamento a gás para populações aonde não chega energia elétrica e outros exemplos: como lançar um produto que não provoque impacto ambiental, viabilizar a inserção de uma comunidade num contexto, erradicar uma epidemia ou endemia, medidas de responsabilidade social nas empresas, de progresso sustentado, de ação ecológica, etc.
- Conceitos chave: impacto, transformação (mudança de realidade), sustentabilidade.
- Propulsor: conhecimento e atitude
Este três conceitos às vezes se sobrepõem ou se completam, para compor o conjunto de macro-indicadores com Informações resultantes da medição de um evento repetitivo, com critérios pré-definidos e objetivo de mostrar o resultado / evolução, para orientar as decisões e ações pertinentes e suficientes na medição de toda a gama de ações humanas e, monitorar o desempenho na busca da excelência,pois segundo Aristóteles: "Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito."
Todos os gestores devem ter uma preocupação permanente, qual seja: “Não se gerencia o que não se mede; não se mede o que não se define; não se define o que não se entende; não há sucesso no que não se gerencia”. W.E. Deming
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